Thursday, March 11, 2004

E como Ulisses, dividi-me sempre entre a tentação de ir ainda um pouco mais além e a angústia de perder o caminho de regresso a casa. Não há nenhum viajante solitário que não sonhe com uma Penélope à sua espera. Eu continuo a sonhar que sejas TU!

Tuesday, March 02, 2004

É quando nos encontramos feridos que derivamos mais facilmente por caminhos não ponderados. E é nesses momentos que desejamos estar com a companhia certa, com o apoio certo. Apoio correcto e corrigível. Alguém que nos saiba equilibrar. Uma amiga. Uma mão. O ombro único, singular - o teu -, em que me deito e adormeço.

Monday, March 01, 2004

É quando sigo os passos que não são meus que me olho e me reconheço. Mas também quando os meus sigo me reconheço noutros que não me pertencem. Não sei que(m) me define. Não me revejo nesse espelho que vejo sem olhar. Nem sempre sou aquele. Nunca sei com quem acordo, nunca sei quem amanhece neste corpo – que é o único elemento constante em toda a alquimia da minha vida. Sou mais do que devia, sou mais do que posso controlar. E mais não é melhor nem superior. Mais é a divisão de potencialidades que me faz em pouco.
Mais é ter vários pequenos diários, em que escrevo e me ausento desregrada e descontroladamente. Neste já não escrevia há algum tempo. Foste tu que o desenterraste.