Saturday, January 03, 2009

02.01.09
Erfahrungen:
Acabei de chegar agora a casa - a bem dizer, não é bem
casa, pois estou em casa de um amigo meu, mais própriamente em Much, uma pequena aldeia de 5 mil habitantes, perto de Colónia. Por aqui, existe a tradição de que os miudos, durante o tempo de Natal, até ao dia de Reis, saiem pelas casa, de porta em porta, cantando cânticos de Natal, vestidos de Reis Magos, escrevendo nas portas, C+M+B, ou seja, cristus mansiones benedicat,no fundo uma espécie de Janeiras. Hoje foi com um grupo de adultos, todos nós vestidos de Reis Magos, vesitar todos os bares da região. Parámos em cada bar, para cantar os tradicionais canticos de natal e a cada paragem , em cada bar ofereciam-nos uma rodada de cerveja. Aliás, é por isso mesmo, não estando eu já habituado a beber tanto, que estou às 2H da manha a escrever isto, porque não me consigo deitar, uma vez que o quarto não para de girar. Depois de 6 horas de figuras tristes, de muito cantar, e principalmente, de muito beber - meu deus, como gostam os alemãs de cerveja-, posso dizer apenas que me diverti imenso. E que fiquei cheio de vontade de estar em casa para sair a cantar as Janeiras. Ainda que não seja com os 8 graus negativos que temos por aqui.
A propósito dos 8 graus negativos, cada vez que me vejo ao espelho, antes de sair de casa, lembro-me da D., e como ela me chamava de Hagrid, quando me via com um casaco de Inverno, mas agora para enfrentar este frio tem mesmo de ser! Já agora aqui fica um beijo para ti, Tenho Saudades.
01.01.09
Há uns anos, numa passagem de anos, já pela noite dentro, lia o texto de um amigo, que se intitulava da seguinte forma: «Nasci para ser Lider!» Na altura pensei, que sendo eu a escever algo do género, teria de ser exactamente o contrário. Mas hoje, posso afirmá-lo com toda a segurança, que não nasci para ser lider, mas penso, (se não cheirar a orgulho poderia até dizer que estou certo disso) que seria aquele Tenente (ou sargento, não conhecendo a giria militar, não sei bem ao certo qual estará mais adequado) que todo o Capitão iria querer, ou numa equipa de ciclismo (que saudades de ver a volta a portugal, deitado no sofá dos meus avós, aquela hora de calor, em que é verddadeiramente impossivelter outra actividade) seria o segundo da fila, que permite lançar o Chefe de fila para a grande vitória, naquela etapa tão dificil!
30.12.08
No outro dia, lendo o Blog do PM, que agora já anda de novo lá por Moçambique, recordei-me , ou melhor, recordava ele, os Posts que há uns anos escreviamos, insurgindo-nos contras os «inhos». Há outra coisa, os Lugares-comuns, que me incomódam quase tanto como os «inhos». E hoje encontrei alguém que concorda plenamente comigo, ou melhor, eu concordo plenamente com ele:
" Detesto os lugares-comuns. São uma espécie de outlets da inteligência onde, por preços muito mais baratos, se compram imitações do pensamento.
Exemplo 1: «Portugal - País Pequeno e Periférico». Dou de barato o pequeno, embora, por razões de que todos suspeitarão, seja adepto ferveroso de que o tamanho não importa. Quanto ao periférico...onde fica a cabeceira numa mesa redonda? É o Japão «central»? (Ou os EUA, ou a Índia, ou a China.) As cidades principais dos EUA não ficam no centro do seu território, antes na «periferia» do mesmo, i. e., na costa Ocidental e Oriental. Que ninguém diga que vivo longe, porque, na verdade, estou perto do meu vizinho, e se alguma vez a minha casa se tornar relevante, o centro passará por onde eu moro. Faz-me lembrar um amigo americano, que, quando um estranho o interrogava na rua sobre como ir a determinado local, respondia, circunspecto, com ar de perfeita convicção: «You can't get there from here!» Repito: onde fica a cabeceira de uma mesa redonda?
Exemplo 2: «Não há fumo sem fogo». Este é o lugar-comun que mais me indigna. É o princípio da presunção da inocência, substituído pela presunção de culpabilidade. É bom que se diga bem alto: há, (muitas vezes), fumo sem fogo, sobretudo quando grassa a calúnia, a inveja e a mediocridade.
Exemplo 3: «Duas cabeças pensam melhor do que uma». É falso, notoriamente falso. Quando duas cabeças se juntam, há uma que pensa melhor do que a outra, (embora, por vezes, se possamcomplementar). Quando Einstein emigrou para os EUA foi editado na Alemanha um livro intitulado Cem cientistas contra Einstein.Resposta do visado:«Porqueê cem? Se estou errado, bastava um!» ou, como dizia o General Paton ao seu Estado-Maior: «Se nesta sala rodos pensam como eu, então, alguém não está a pensar!» Ah, se a verdade fosse como uma carroça, que mais depressa andasse, quanto mais burros a pixassem...
Depois há expressões portuguesas que são de um provincianismo confrangedor:
Exemplo 1: «Lá fora...» (faz-se, diz-se, referindo-se ao estrangeiro). Estamos a ver os ingleses a esclamarem outside, ou os franceses dehors, quando pretendem referir-se a outros países. Oliveira Salazar não deve ter sido estranho a estas alfândegas da mente. Bem dizia o meu tio, Pedro Almeida Lima, quando respondia: «Lá fora...País que nunca visitei!»
Exemplo 2: «Vem nos Livros...» Mas quais livros Deus meu! Escritos por quem? Mas será que as pessoas não percebem que a autoridade de um livro é apenas de quem o escreveu, naturalmente uma pessoa que, como qualquer outra, tem os seus bias, erros, enviesamentos? (Uma variante muito utilizada pelos médicos é: «Eles» dizem.) Em oposição, o reitor de Harvard, no discurso de encerramento do curso de Medicina começou da seguinte forma: «Metade do que vos eninámos é mentira...não sei qual é essa metade!»
Exemplo 3: «Ele(a) tem muita experiência...» Lembro-me sempre do meu Pai, que gostava de citar Pascal: «Experiência não é o que nos acontece, mas o que fazemos com o que nos acontece...» para acrescentar da sua própria lavra: «olha o burro, toda a vida à volta da nora... Pergunte-lhe o que é um circunferência!»
Exemplo 4: «É o pais que temos...» habitualmente acompanhado de um movimento de ombros e sobrancelhas que parece querer dizer: nada a fazer, país de idiotas, incúria de irresponsáveis. Este é um país de suplentes, em que poucos parecem querer entrar em campo, e os que ficam sentados, não reconhecem que é a sua equipa que está a perder. Como gostaria de ouvir alguém responder: Este é o país que somos!
Exemplo 5: «Da maneira que falaste, perdeste a razão!» Não, idiotas, não a perdi, (se a tinha), porque se a razão me assiste, bem posso ser malcriado, arrogante, snobe, insuportável, desprezível ou colérico, que mantenho como inha a coerência do qrgumento, independentemente dos decibéis com que a expresso.
Num jantar, ouvi uma vez esta tirada, bem digna de um certo personagem queirosiano: «Portugal, (pausa), é um país que não estimula o raciocínio!» Como tem razão, meu caro Conselheiro." Nuno Lobo Antunes, in Sinto Muito.
27.12.08
Eu li o novo Livro do Miguel Esteves Cardoso, e posso ainda dizer que gostei. Alguns pensaram que estou a regredir, mas que posso dizer, comprei, li e gostei.
Ah, também já tinha lido o Ecuador, e também tinha gostado.
21.03.08
Feststellung:
Odeio cadeiras com rodas!
Já que nao tenho acesso há internet, vou escrevendo uns textos e depois, quando deitar as maos à internet, lá vou postando.